Tomara não fosse... Mas, não diga que o senhor, assisado e instruído, que acredita na pessoa dele?! Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava por ela - já o campo! Ah, a gente, na velhice, carece de ter uma aragem de descanso. Lhe agradeço. Tem diabo nenhum. Nem espírito. Nunca vi.
Alguém devia de ver, então era eu mesmo, este vosso servidor. Fosse lhe contar... Bem, o diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres, nos homens. Até: nas crianças - eu digo. Pois não é o ditado: “menino - trem do diabo"? E nos usos, nas plantas, nas águas, na terra, no vento... Estrumes... O
diabo na rua, no meio do redemunho...
O texto de Guimarães Rosa mostra uma forma peculiar
de escrita, denunciada pelos recursos lingüísticos
empregados pelo escritor. Dentre as caracteristicas do
texto está
a) o emprego da linguagem culta, na voz do narrador,
e o da linguagem regional, na voz da personagem.
ba recriação da fala regional no vocabulario, na sin
taxe e na melodia da frase.
o o emprego da linguagem regional predominante-
mente no campo do vocabulario
d a apresentação da lingua do sertão fiel à fala do ser
tanejo
e) o uso da linguagem culta, sem regionalismos, mas
com novas construções sintáticas e ritmicas.
Não entendi essa tal recriação
Resposta
b) Em tom monologal, Riobaldo Tatarana interpela o seu
suposto interlocutor acerca de uma de suas mais fun-
alas atribulações: a existência e a natureza do diabo,
que faz de Grande Sertão: Veredas, entre muitas
outras coisas, um tratado moderno de demonologia
Estão presentes, como quer o enunciado: a oralidade
da fala sertanejia, recriada artisticamente, a sintaxe
entrecortada, sincopada, e a melopeia