No livro do Fundamento das Mecânica para vestibulandos IME/ITA, o prof. Renato Brito define que, em um problema qualquer: "não pertencem ao sistema corpos que estejam travados ou que apresentem massa infinitamente grande comparada às demais massas do sistema".
Contudo, no estudo das colisões, estuda-se colisões com alvos fixos (travados) e até mesmo com a terra (massa infinitamente grande). Na resolução dessas questões, o autor considera que o momento linear permanece constante, ou seja, deixa implícito que o impulso que esses corpos executam é interno ao sistema. Porém, com essa consideração implícita, ele contradiz a sua própria definição inicial dos corpos que pertencem ao sistema.
Seria isso uma contradição? Como fazer este estudo? Por que, inicialmente, o autor considerou que estes corpos não pertencem ao sistema?
Obrigado desde já pela ajuda.
IME/ITA ⇒ Sistemas de partículas - R.B.:
- Andre13000
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Jan 2018
18
15:55
Re: Sistemas de partículas - R.B.:
Eu acho que o jeito que ele tentou explicar ficou meio estranho. Talvez o que ele queira dizer é que esses objetos não fazem parte da dinâmica do sistema, e não do próprio sistema. Corpos travados ou de massa infinitamente grande são equivalentes. Eles não vão se mexer, por que a gente estaria interessado em descobrir a equação de movimento deles? O que a gente quer descobrir é a equação de movimento do objeto que se move.
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Jan 2018
18
16:24
Re: Sistemas de partículas - R.B.:
Obrigado pela ajuda Andre13000.
Porém, acredito que não se resume somente a isso. Por exemplo, veja a seguinte situação:
Seja uma cunha de massa M inicialmente em repouso sobre uma superfície horizontal lisa, presa a um batente através de um fio ideal inextensível e flexível. Sua superfície tem inclinação a com a horizontal. Uma bolinha de massa m é abandonada em repouso sobre a superfície inclinada da cunha e desliza sem atrito, desde a altura h, até ser encaçapada pelo buraco na rampa. Se a gravidade local vale g, determine a velocidade final adquirida pelo conjunto. Bom, o uso do momento linear é evidente na questão, até pela existência de uma colisão perfeitamente inelástica.
Porém, o momento linear não se conserva nessa questão, dada a existência da força externa exercida pelo batente no fio ideal.
Note que, se considerássemos que o batente faz parte do sistema (desconsiderando a definição do prof. Renato Brito) a questão daria errado. Isso decorre do fato de que, em um sistema que engloba o batente, as equações seriam exatamente as mesmas (momento linear do batente é nulo), porém o impulso externo não existiria. Consequentemente, essa questão não poderia ser resolvida se considerássemos o batente como integrante do sistema.
Porém, acredito que não se resume somente a isso. Por exemplo, veja a seguinte situação:
Seja uma cunha de massa M inicialmente em repouso sobre uma superfície horizontal lisa, presa a um batente através de um fio ideal inextensível e flexível. Sua superfície tem inclinação a com a horizontal. Uma bolinha de massa m é abandonada em repouso sobre a superfície inclinada da cunha e desliza sem atrito, desde a altura h, até ser encaçapada pelo buraco na rampa. Se a gravidade local vale g, determine a velocidade final adquirida pelo conjunto. Bom, o uso do momento linear é evidente na questão, até pela existência de uma colisão perfeitamente inelástica.
Porém, o momento linear não se conserva nessa questão, dada a existência da força externa exercida pelo batente no fio ideal.
Note que, se considerássemos que o batente faz parte do sistema (desconsiderando a definição do prof. Renato Brito) a questão daria errado. Isso decorre do fato de que, em um sistema que engloba o batente, as equações seriam exatamente as mesmas (momento linear do batente é nulo), porém o impulso externo não existiria. Consequentemente, essa questão não poderia ser resolvida se considerássemos o batente como integrante do sistema.
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