Trata-se, no entanto, da Epopeia de Gilgamesh, esculpida em tábuas da antiga Babilônia há 4 mil anos, e que se tornou a obra literária mais antiga remanescente. Pode-se afirmar que a história foi bastante popular na época, visto que transcrições do poema podem ser encontradas ao longo do milênio seguinte.
O que impressiona é o fato de a epopeia ser lida e apreciada ainda hoje, e que muitos de seus elementos básicos – incluindo a calorosa relação entre os dois amigos – podem ser encontrados em várias histórias populares que surgiram depois.
Essas características em comum são o interesse principal de especialistas em “darwinismo literário”, que se perguntam o que exatamente é uma boa história, e as razões evolutivas para certas narrativas – desde a Odisseia de Homero a Harry Potter – terem tanto apelo popular. [...]
Psicólogos evolutivos acreditam que nossas preocupações pré-históricas ainda influenciam o tipo de história que nos atrai. Como humanos que evoluíram para viver em sociedade, por exemplo, nós precisamos aprender a cooperar e não agirmos como alguém que tira vantagens sem dar nada em troca – ou como indivíduos dominadores que abusam do poder em detrimento do bem-estar do grupo. [...]
Dessa forma, vários estudos identificaram a cooperação como um tema central em narrativas populares ao redor do mundo. O antropólogo Daniel Smith, da UCL (University College London), visitou 18 grupos de caçadores-coletores das Filipinas. Ele descobriu que quase 80% de seus contos dizem respeito a tomadas de decisão moral e dilemas sociais.
Isso parece, portanto, traduzir-se em seu comportamento na vida real: os grupos que pareceram investir mais em contar histórias também provaram ser os mais cooperativos durante várias tarefas experimentais – exatamente como a teoria evolutiva sugere.
(ROBSON, David. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/vert-cul-44282527)
No terceiro parágrafo, o uso de aspas em “darwinismo literário” tem o objetivo de assinalar ao leitor que se trata de:
a) citação feita por David Robson de expressão criada por outro pesquisador.
b) expressão utilizada por David Robson em sentido figurado, como em “pé no chão”.
c) indicação de que David Robson vê com ironia a associação entre darwinismo e literatura.
d) definição criada livremente por David Robson, sem o aval da comunidade científica.
e) caracterização pejorativa que David Robson faz dessa linha de pesquisa literária.
Resposta
Gente, o gabarito oficial diz que a resposta foi alterada e consta a Letra A, mas eu n compreendi pq a letra D n pode ser o gabarito.