Cada cultura tem suas virtudes, seus vícios, seus conhecimentos, seus modos de vida, seus erros, suas ilusões. Na nossa atual era planetária, o mais importante é cada nação aspirar a integrar aquilo que as outras têm de melhor, e a buscar a simbiose do melhor de todas as culturas. A França deve ser considerada em sua história não somente segundo os ideais de Liberdade-Igualdade--Fraternidade promulgados por sua Revolução, mas também segundo o comportamento de uma potência que, como seus vizinhos europeus, praticou durante séculos a escravidão em massa, e em sua colonização oprimiu povos e negou suas aspirações à emancipação. Há uma barbárie europeia cuja cultura produziu o colonialismo e os totalitarismos fascistas, nazistas, comunistas. Devemos considerar uma cultura não somente segundo seus nobres ideais, mas também segundo sua maneira de camuflar sua barbárie sob esses ideais.
No texto citado, o pensador contemporâneo Edgard Morin desenvolve
A) reflexões elogiosas acerca das consequências do etnocentrismo ocidental sobre outras culturas.
B) um ponto de vista idealista sobre a expansão dos ideais da Revolução Francesa na história.
C) argumentos que defendem o isolamento como forma de proteção dos valores culturais.
D) uma reflexão crítica acerca do contato entre a cultura ocidental e outras culturas na história.
E) uma defesa do caráter absoluto dos valores culturais da Revolução Francesa.