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Escravidão no Brasil (Colonia e Império)

Enviado: Sex 08 Mai, 2020 16:41
por matheustorres
Uma das alternativas de uma questão dizia que o preço dos escravos era elevado. Fiquei curioso a respeito do tema e decidir verificar se era plausível ou não, pois o termo "elevado/caro" pode ser relativo à medida em que a desigualdade social se evidencia, fato estendido no Brasil desde a época colonial. Porém, estou em dúvida quanto a algumas anotações de documentos históricos. Por exemplo: o preço dos escravos variava entre 350 a 715$000 (réis); consideremos que 1 mil réis custava, aproximadamente 100 reais no Brasil Colônia. Dessa forma, um escravo(a) custava em torno de 35000 a 70000 reais, e mesmo que os latifundiários da época fossem muito ricos, a quantidade de escravos que a produção almejada por eles demandaria um preço total absurdo.
Gostaria de saber se meu raciocínio está correto ou estou me equivocando, já que 50 escravos (possivelmente eles teriam mais, entre homens e mulheres de variados "preços") "custaria" -aproximadamente- 1 750 000 R$, sem contar impostos/inflação (pois isso tudo era um mercado, existia cobrança "per capita" na era imperial). Ao meu ver seria acumulação deveras exacerbada de riquezas, posses, poder; haja vista a valorização desse valor hodiernamente.

>>> Alguém poderia me esclarecer? <<<

Notas: Segundo Laurentino Gomes em seu livro 1808,

1 Real (Réis) - R$ 0,123
1 Mirréis (Mil Réis) - R$ 123,00
1 Conto de Réis (Mil mirréis) - R$ 123.000,00
Fonte: Wikipédia.

Conforme o acervo do jornal Estadão, o valor do réis no final Brasil Império (1875 e 1889) variou entre 0,03 e 0,08 R$. Ainda assim seriam valores altos, pois 0,08 . 715000 = 57200 R$

Re: Escravidão no Brasil (Colonia e Império)

Enviado: Sex 08 Mai, 2020 18:20
por carlosaugusto
Olá, matheustorres,

sua dúvida é extremamente complexa, como você disse, o conceito de ser rico ou não é relativo, mesmo se os seus cálculos estiverem certos, pode ser que "1 750 000 R$" seja um valor baixo e compensatório para o retorno de lucros com o latifúndio, além do mais ter escravo era uma forma de investimento, já que era possível vender, alugar e outras formas de atividades.

O que é fato: o comércio escravista foi um dos mais lucrativos, logo, é inegável que se lucrava MUITO com essa atividade.