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simonecig
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Texto I

Pelo uso obrigatório de máscaras
Mesmo que insuficiente, é a medida mais simples, barata e eficaz para deter a Covid-19
[...]

O uso de máscaras configura um caso clássico daquilo que os economistas chamam de “externalidade positiva”, situação em que a ação de cada indivíduo resulta em benefício coletivo. O efeito principal da máscara não é a proteção de quem usa, mas dos outros. Quando alguém está infectado e contagioso, mas não sabe disso nem apresenta sintomas, ela pode evitar o contágio. Mesmo máscaras caseiras exercem efeito protetor e, quando disseminadas em quantidade suficiente, contribuem para deter a transmissão por meio de gotículas de saliva ou partículas conhecidas como aerossóis.

Tal conclusão vem sendo corroborada a cada nova pesquisa. “A via de transmissão aérea é altamente virulenta e dominante na disseminação da Covid-19”, escrevem os autores de estudo da revista da Academia Nacional de Ciências americana (PNAS). “Nossa análise revela que a diferença determinante na pandemia está entre o uso obrigatório de cobertura facial ou não. Tal medida protetora reduz significativamente o número de infecções.”

Os pesquisadores compararam a adoção de máscaras na China, na Itália e em Nova York durante os períodos críticos da pandemia. Concluíram que a obrigatoriedade gerou 78 mil casos a menos na Itália entre 6 de abril e 9 de maio e 66 mil a menos em Nova York entre 17 de abril e 9 de maio. “Concluímos que o uso de máscaras em público corresponde ao meio mais eficaz para prevenir a transmissão e que essa prática barata, em conjunto com distanciamento social, rastreamento de contatos e quarentena, representa a oportunidade mais provável para combater a pandemia de Covid-19”, afirmam.

O resultado é corroborado por uma revisão de estudos, que ainda aguarda a aprovação dos pares, divulgada no repositório Preprints. “A evidência preponderante sugere que o uso de máscaras reduz a transmissão. O uso em público é mais eficaz quando a adoção é alta. Reduziria substancialmente o custo em vidas e o impacto econômico, a um custo baixo de intervenção. Recomendamos a adoção em público de máscaras de pano como uma forma de controle na fonte imediatamente, em conjunto com estratégias de higiene, distanciamento e rastreamento de contatos”, escrevem os autores.

[...]

Mas como o uso da máscara não é suficiente para proteger quem usa, não há um incentivo irresistível para que seja adotada. Num país de grandes aglomerações urbanas e alta densidade habitacional, como favelas ou cortiços, locais onde o isolamento social se revela inviável, é ainda mais importante. [...]

[...]

O uso obrigatório de máscaras pode ser comparado aos radares de velocidade instalados nas avenidas de grande circulação. Em São Paulo, o programa de redução de velocidade foi responsável por uma queda de 22% nos acidentes, num período de 18 meses entre 2015 e 2017, concluiu um estudo no Journal of Public Economics. Depois de abandonado, as mortes voltaram a subir, pois não havia mais o incentivo (a multa) para que os motoristas mantivessem o comportamento em prol do benefício coletivo.

Os governos devem obviamente tomar outras medidas para deter a Covid-19. Máscaras não bastam para evitar o contágio pelo vírus em aglomerações, como jogos de futebol, cultos religiosos, espetáculos artísticos, cinemas ou manifestações [...]

A dificuldade para controlar aglomerações só reforça a necessidade das máscaras, cujo benefício é evidente. Tome o caso do homem infectado que voou da China a Toronto usando máscara, diagnosticado depois de chegar ao Canadá. Não transmitiu o vírus a nenhum passageiro ou tripulante. Compare ao ensaio do coral no estado americano de Washington em que, mesmo à distância, um único infectado transmitiu a doença a 45 dos outros 60 presentes (dois morreram).

[...]

Não há, basicamente, nenhuma contra-indicação às máscaras, exceto para crianças com menos de dois anos. [...]Seu uso, pela população, trata-se de uma questão de benefício coletivo que exige ação das autoridades.[...]

Um texto não é um aglomerado de palavras sem propósito de sentido. A esse propósito chamamos intencionalidade.

Já no título, observa-se uma marca textual adjetivadora que deixa clara a posição do autor sobre o que ele defende em seu texto.

Que marca é essa e o que revela a respeito da posição do autor sobre a temática defendida por ele?




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