A qual de vós fará o Mistério a vontade?
A incerteza do que é a morte é o que nos vale na vida.
O desconhecimento do que é a morte é o sentido da vida.
O desconhecermos a morte é que faz a beleza da vida.
Quem sabe o valor exato de uma vida?
Sei que há uma vida, e que apagam essa vida — não sei é
quem apaga
Mas sei que de cada vida que passa há um universo em mim.
Pessoa, Fernando. Poesia/Álvaro de Campos. São Paulo: Companhia das
Letras, 2002. p. 258. Adaptado
No texto II, Álvaro de Campos atribui o sentido e a beleza da vida ao desconhecimento da morte. Seu
poema apresenta, também, um desconhecimento de outra ordem, com o qual o eu-lírico parece estar à
vontade. Assinale a alternativa que apresenta tal desconhecimento.
a) Os meios pelos quais cada cristão pode chegar ao paraíso.
b) A natureza da fé de muçulmanos e judeus.
c) O sentido e a beleza da vida, especialmente quando está próxima do fim.
d) A existência ou identidade do ser que presida à morte.
e) As diferenças que motivam a guerra santa entre cristãos, pagãos e maometanos.
Resposta
d