Literatura(EBMSP-2016) Modernismo 3 Fase Tópico resolvido

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ASPIRADEDEU
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Mai 2020 30 10:37

(EBMSP-2016) Modernismo 3 Fase

Mensagem não lida por ASPIRADEDEU »

O artista inconfessável

Fazer o que seja é inútil.
Não fazer nada é inútil.
Mas entre fazer e não fazer
mais vale o inútil do fazer.
Mas não, fazer para esquecer
que é inútil: nunca o esquecer.
Mas fazer o inútil sabendo
que ele é inútil, e bem sabendo
que é inútil e que seu sentido
não será sequer pressentido,
fazer: porque ele é mais difícil
do que não fazer, e difícilmente
se poderá dizer
com mais desdém, ou então dizer
mais direto ao leitor Ninguém
que o feito o foi para ninguém.
MELO NETO, João Cabral de. O artista inconfessável. SECCHIN, Antônio Carlos (Org). João Cabral de Mello Neto (seleções). São Paulo: Global Editora. Disponível em:
<http://culturanavegante.blogspot.com.br ... -cabral-de. html.>. Acesso em: 29 ago. 2015.

Os versos de João Cabral de Melo Neto revelam um eu poético

a)
angustiado, diante da constatação de que a poesia não é necessária nem útil para qualquer leitor, até mesmo para ele, na condição de artista.
b)
pessimista, refletindo sobre o seu verdadeiro desejo de comunicar algo que ele mesmo considera inútil para um leitor ávido por informações importantes.
c)
paradoxal, ao abordar, metalinguisticamente, sua incapacidade de comunicar algo, considerado inútil, embora acabe expressando suas convicções sobre o discurso poético, que é difícil para um leitor que não existe ou que não é receptivo à sua arte.
d)
centrado no código linguístico, na medida em que analisa a sua própria produção artística e a sua incapacidade de se fazer entender diante de um interlocutor presente e sensível a novas formas de expressão.
e)
incapaz de confessar seus sentimentos e de traduzir em palavras concretas e significativas o desdém que sente em relação à dificuldade que o leitor encontra para interpretar seu ofício.
Resposta

GAB:C, porfavor cada alternativa explicada!!!



“Não passamos de minhocas. Mas acredito ser uma minhoca que brilha.”
Sir Winston Churchill

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carlosaugusto
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Mai 2020 30 23:25

Re: (EBMSP-2016) Modernismo 3 Fase

Mensagem não lida por carlosaugusto »

E aí, ASPIRADEDEU,

vou deixar uma interpretação para esse poema (que não é dos mais fáceis), mas acredito que a estratégia principal para essa questão seja observar o mais rápido possível o jogo controverso que o eu poético faz, ilustrando o paradoxo, qualquer coisa voltamos a comentar, ok?

a) Falso. O autor não está angustiado. No poema, ele apresenta bastante certo de sua opinião.
ASPIRADEDEU escreveu:
Sáb 30 Mai, 2020 10:37
Fazer o que seja é inútil.
Não fazer nada é inútil.
b) Falso. Não podemos concluir que o autor apresenta-se pessimista, pois não apresenta nenhum trecho que ilustra tal situação.
c) O comando da questão diz: "Os versos de João Cabral de Melo Neto revelam um eu poético" ou seja, precisamos buscar nas alternativas algo que reflita a imagem do eu poético. Logo nos primeiros versos é possível observar a paradoxalidade do poema, observe que é dito que fazer o que seja é inútil, mas entre fazer e não fazer, mais vale fazer. Reflete a total controvérsia do poema, além disso, é utilizado da metalinguagem (poema para falar da própria arte de fazer o poema)
ASPIRADEDEU escreveu:
Sáb 30 Mai, 2020 10:37
Fazer o que seja é inútil.
Não fazer nada é inútil.
Mas entre fazer e não fazer
mais vale o inútil do fazer.[..]
d) Falso. O eu poético não está preocupado com o código linguístico no poema.
e) Falso. Falar da dificuldade que o leitor encontra para interpretar seu ofício, até poder ser uma ideia, pois alguns trechos aparentam isso, mas não é correto falar que o eu poético é incapaz de confessar seus sentimentos.
ASPIRADEDEU escreveu:
Sáb 30 Mai, 2020 10:37
Mas fazer o inútil sabendo
que ele é inútil, e bem sabendo
que é inútil e que seu sentido
não será sequer pressentido,




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