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(UNIFACS) Interpretação

Enviado: Qua 10 Abr, 2019 20:40
por danimedrado
Do ponto de vista histórico, provavelmente, a relação médico-paciente (RMP) surgiu juntamente com a medicina hipocrática, cuja meta era o puro benefício humano, tendo em vista a pessoa e não simplesmente a doença. A RMP é constituída de processos psicossociais complexos de relação, regulados finamente entre esses dois atores. As interações entre paciente e médico não estão relacionadas apenas com a satisfação durante a visita, que, por si só, é complexa, mas também com a adesão ao tratamento. Entre os vários aspectos que compõem a RMP, a empatia merece destaque. A palavra empatia carrega em si um rastro de ambiguidade e dificuldades conceituais. Aplicada à área médica, afirma-se que a empatia envolve um sentimento de sensibilização pelas mudanças sentidas e refletidas, momento a momento, pela outra pessoa. Logo é um processo psicológico conduzido por mecanismos afetivos, cognitivos e comportamentais frente à observação da experiência do outro. Para alguns profissionais, a empatia é um símbolo das profissões que cuidam da saúde, não estando limitada aos profissionais do contato diário, como os enfermeiros, mas englobando, sobretudo, os profissionais que diagnosticam e tratam. A sábia máxima que evoca “curar ocasionalmente, aliviar frequentemente, consolar sempre” talvez demonstre, de maneira palpável, os contornos da empatia. A empatia entre médico e paciente é importante porque deixa o último mais seguro e disposto a informar com mais desenvoltura seus problemas, sintomas e dúvidas. Complementa-se ao dizer que a familiaridade, a confiança e a colaboração do paciente têm importância fundamental para a efetividade dos processos diagnósticos e terapêuticos, indispensáveis ao resultado da arte médica. A RMP sofreu mudanças expressivas ao longo dos séculos, e a empatia não poderia passar ilesa. Ilustram-se, com a seguinte frase, as percepções acerca da desumanização do paciente: “Nas enfermarias, os doentes perdem a sua personalidade e passam a ser o ‘leito 15’ ou o ‘caso de cirrose’”. Vivenciando acontecimentos como esses, que perpassam o cotidiano da clínica médica com graves problemas de comunicação, os estudantes de Medicina acabam aprendendo muito sobre “como eles não querem ser” como médicos. Um estudo finlandês revelou que uma iniciação “precoce” da prática médica ajudou os estudantes a entender melhor o “estar-paciente”, a reconhecer a importância da RMP e a identificar “exemplos” profissionais, sendo essa última análise intimamente ligada à empatia.
A possibilidade de ensinar a ser empático aparece como uma alternativa para amplificar a perspectiva médica, como apontam médicos, ao afirmarem que a empatia seria uma ferramenta útil para transformar o paciente “propriamente dito” em um ser autônomo. Contrariando esse pensamento, a empatia seria avaliada como uma espécie de “efeito do contexto” ou “efeito placebo”, que nada tem a ver com a RMP ou com interferências na dinâmica do tratamento do paciente, mas com a situação desse frente ao médico. De acordo com alguns estudos, as escolas médicas têm a necessidade constante de treinar sistematicamente qualidades humanísticas em seus alunos. Em instituições de ensino que já optaram por reformas curriculares, muitas de caráter profundo e renovador, essas foram motivadas pela busca de formar médicos que, entre outras características, possuam um contato continuado com seus professores e seus pacientes, e sejam capazes de criar vínculos com os pacientes e de exercer uma medicina integral.
COSTA, Fabrício Donizete da; AZEVEDO, Renata Cruz Soares de. Empatia, Relação Médico-paciente.

Entende-se, dentro do contexto, "exercer uma medicina integral" é
05) evitar a dicotomia doente/doença para melhor empreender um tratamento terapêutico.
Resposta

Verdadeira
Alguém poderia me explicar essa alternativa?