Agosto 1964
Entre lojas de flores e de sapatos, bares,
mercados, butiques,
Viajo
num ônibus Estrada de Ferro – Leblon.
Volto do trabalho, a noite em meio,
fatigado de mentiras.
O ônibus sacoleja. Adeus, Rimbaud,
relógio de lilases, concretismo,
neoconcretismo, ficções de juventude, adeus
eu a compro à vista aos donos do mundo.
Ao peso dos impostos, o verso sufoca,
a poesia agora responde a inquérito policial-militar.
Digo adeus à ilusão
Mas não ao mundo. Mas não à vida,
Meu reduto e meu reino.
Do salário injusto,
da punição injusta,
da humilhação, da tortura,
do terror,
Retiramos algo e com ele construímos um artefato
Um poema
Uma bandeira.
A partir da leitura do poema de Ferreira Gullar, constata-se que a poesia participa da realidade, ao
A.
inspirar ações concretas que transformam estruturas injustas.
B.
proporcionar os sonhos que, na juventude, animam o homem.
C.
ser responsável pela desilusão e, portanto, pelo pessimismo humano.
D.
configurar uma resposta, ainda que insuficiente, para os males do mundo.
E.
funcionar como uma bandeira nas lutas políticas e sociais.
Gostaria de saber o motivo da letra E estar incorreta, e também entender onde demonstra que a poesia é insuficiente.
Literatura ⇒ (Simulado Stoodi) Ferreira Gullar Tópico resolvido
Moderador: [ Moderadores TTB ]
-
- Mensagens: 33
- Registrado em: Dom 31 Jul, 2016 17:57
- Última visita: 09-10-19
Abr 2018
28
16:36
(Simulado Stoodi) Ferreira Gullar
Última edição: mmackenzie (Sáb 28 Abr, 2018 16:36). Total de 1 vez.
Jul 2018
01
19:55
Re: (Simulado Stoodi) Ferreira Gullar
Olá mmackenzie, Vejo uma relação de equivalência entre a D e E.
Gullar reclama uma poesia presente e ,por conseguinte,a dimensão poética está ligada diretamente à realidade social e suas desigualdades.Mas,seu cunho social,apesar de importante como ferramenta de análise acerca de insatisfações e situações opressoras,tem atuação limitada.É possível perceber essas marcas em diversos trechos do poema: “Ao peso dos impostos, o verso sufoca.” “Digo adeus à ilusão”.É como se o eu-lírico falasse: Ei leitor ,reconhecer-se na temática da poesia é legal (e ela é um excelente instrumento pra isso) mas que tal ir além do papel e partir pra luta da sua bandeira?”
Gullar reclama uma poesia presente e ,por conseguinte,a dimensão poética está ligada diretamente à realidade social e suas desigualdades.Mas,seu cunho social,apesar de importante como ferramenta de análise acerca de insatisfações e situações opressoras,tem atuação limitada.É possível perceber essas marcas em diversos trechos do poema: “Ao peso dos impostos, o verso sufoca.” “Digo adeus à ilusão”.É como se o eu-lírico falasse: Ei leitor ,reconhecer-se na temática da poesia é legal (e ela é um excelente instrumento pra isso) mas que tal ir além do papel e partir pra luta da sua bandeira?”
-Você marcha, José!
José, para onde? [Carlos Drummond de Andrade]
José, para onde? [Carlos Drummond de Andrade]
-
- Tópicos Semelhantes
- Respostas
- Exibições
- Última msg