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Soneto VII
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado:
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!

No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a contemplação da paisagem permite ao eu lírico uma reflexão em que transparece uma
a) angústia provocada pela sensação de solidão.
b) resignação diante das mudanças do meio ambiente.
c) dúvida existencial em face do espaço desconhecido.
d) intenção de recriar o passado por meio da paisagem.
e) empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da terra.

A resposta é a e), mas eu pensei que fosse a d).
Alguém pode me explicar por que é a e), e não a d), fazendo um favor?? Não entendi por que fala sobre agonia da terra, e pra mim, a d) faz todo sentido...

Olá Liliana,

Também tive dúvidas quando a fiz pela primeira vez. Errei quando fiz o enem e errei quando fui refazê-la depois de algum tempo, mas pensei melhor.

Significado de empatia: "capacidade de projetar a personalidade de alguém num objeto, de forma que este pareça como que impregnado dela." Nosso amigo Cláudio Manuel, do Arcadismo, confunde seus sentimentos e os do local que se alterou. Ele se coloca no lugar da região, a qual se alterou e sofre com isso. Só de ver que o poema é dele, já sabemos que o fato de haver certa reorganização espacial já o incomoda, pois os árcades pregavam uma vida simples e bucólica.

Quanto à intensão de recriar o passado, parece que há, mas não. Quando ele cita a paisagem que havia, é para explicitar a mudança, citando também o estado "atual" do local supracitado. Se ele quisesse recriar, apenas citaria as características antigas e deixaria as atuais de lado, entende?

Quando ao tom nostálgico do poema, lembramos que o grande Cláudio era poeta de transição do Arcadismo, portanto há algumas características românticas e do barroco em suas obras. No entanto, pouco expressivas para o classificar em outra escola literária.

Obrigada pela explicação, Bruno!!
Eu sempre tive dificuldades em interpretação, por que acho muito subjetivo a interpretação desses poemas/textos... A não ser que o autor seja bem objetivo, se não, dá lugar pra uma interpretação pessoal minha, as vezes de acordo com a minha realidade, meu estado emocional... E a prova de Linguagens do ano passado tava exatamente assim, subjetiva. Errei questões que na minha visão estavam certas, mas na visão do Inep não kkkkkk
Mas obrigada, vou me atentar mais!!

Liliana escreveu: ↑

Ter 31 Out, 2017 16:24

Obrigada pela explicação, Bruno!!
Eu sempre tive dificuldades em interpretação, por que acho muito subjetivo a interpretação desses poemas/textos... A não ser que o autor seja bem objetivo, se não, dá lugar pra uma interpretação pessoal minha, as vezes de acordo com a minha realidade, meu estado emocional... E a prova de Linguagens do ano passado tava exatamente assim, subjetiva. Errei questões que na minha visão estavam certas, mas na visão do Inep não kkkkkk
Mas obrigada, vou me atentar mais!!

Liliana, super normal. Também errei várias que julgava serem certas, mas com a prática, aprendemos a pensar com a cabeça do INEP.
Faça o seguinte: selecione as 2 alternativas que você acha que são plausíveis, retorne ao enunciado para ter certeza do que ele está pedindo, pois as vezes são colocados itens certos, mas que não são os correspondentes ao comando do enunciado. Após isso, volte ao texto e analise novamente criteriosamente as afirmações. Parece simples, mas ajuda muito. OBS: é bom deixar isso para o fim da prova por conta do tempo.

Brunoranery escreveu: ↑

Ter 31 Out, 2017 22:00

Liliana escreveu: ↑

Ter 31 Out, 2017 16:24

Obrigada pela explicação, Bruno!!
Eu sempre tive dificuldades em interpretação, por que acho muito subjetivo a interpretação desses poemas/textos... A não ser que o autor seja bem objetivo, se não, dá lugar pra uma interpretação pessoal minha, as vezes de acordo com a minha realidade, meu estado emocional... E a prova de Linguagens do ano passado tava exatamente assim, subjetiva. Errei questões que na minha visão estavam certas, mas na visão do Inep não kkkkkk
Mas obrigada, vou me atentar mais!!

Liliana, super normal. Também errei várias que julgava serem certas, mas com a prática, aprendemos a pensar com a cabeça do INEP.
Faça o seguinte: selecione as 2 alternativas que você acha que são plausíveis, retorne ao enunciado para ter certeza do que ele está pedindo, pois as vezes são colocados itens certos, mas que não são os correspondentes ao comando do enunciado. Após isso, volte ao texto e analise novamente criteriosamente as afirmações. Parece simples, mas ajuda muito. OBS: é bom deixar isso para o fim da prova por conta do tempo.

Simm, eu sempre faço isso. Sempre grifo palavras chaves no decorrer do texto e SEMPRE grifo a pergunta ou a ideia principal da pergunta, volto no texto, e tudo mais. São dicas ótimas mesmo, ano passado errei muito por falta de atenção e de tempo também, achava linguagens e matemática no primeiro dia bem pesado. Mas esse ano acho que vai ser mais tranquilo. Pelo menos nos simulados foi pra mim, dá pra fazer tudo isso na hora, sem ter que deixar pro final da prova. Acho que compensa mais fazer na hora, por que já vou estar concentrada na questão, e se eu deixar pro final, eu vou acabar me perdendo. Mas aí é questão de costume =)