Corrupção eleitoral
As democracias contemporâneas são arranjos repre -
sentativos. A representação foi a “solução encontrada”
para um dilema. Tão logo firmado o princípio da
igualdade política entre os indivíduos, regimes políticos
baseados na tradição, na origem de classe ou na condição
de status perderam a legitimidade. Por outro lado, o
tamanho das sociedades e a complexidade cada vez maior
das questões em discussão – demandando acesso a
informações, disponibilidade de tempo e condições de
negociação – tornaram proibitiva a ideia de que todos
participassem das decisões a serem coletivizadas. A
escolha de um corpo de representantes em eleições livres,
justas e periódicas – e que incluam a todo o eleitorado
adulto – passou a ser algo que, sem esgotar a noção
contemporânea de democracia, firmou-se como sua pedra
angular. Ao se dirigirem às urnas os cidadãos reafirmam
sua condição de igualdade perante um ato fundamental
do Estado. Ao organizar as eleições e transformar os votos
em postos executivos e/ou legislativos, o aparato
institucional das democracias permite que, em maior ou
menor grau, os mais diversos interesses, opiniões e
valores sejam vocalizados no curso do processo decisório.
Tal processo, no entanto, pode apresentar problemas que
ameacem corromper o corpo político constituído,
comprometendo sua legitimidade e diminuindo sua
capacidade de oferecer à coletividade os resultados
esperados.
A corrupção eleitoral ou a reiterada incidência de
fenômenos capazes de desvirtuar o processo de
constituição de um corpo de representantes sempre
significou um problema para as democracias. A condição
para que seu enfrentamento se tornasse possível foi a
constituição de uma Justiça Eleitoral dotada de autonomia
face aos poderes político e econômico, com recursos
suficientes para organizar e poderes necessários para
regulamentar os processos eleitorais. Mas mesmo as
democracias consolidadas não conseguiram impedir de
forma cabal que determinados interesses pudessem,
utilizando os recursos que tivessem à mão, obter
vantagens diferenciadas em função de sua participação
nas eleições.
(Corrupção, 2008. Adaptado.)
FAMERP -
“Ao se dirigirem às urnas os cidadãos reafirmam sua
condição de igualdade perante um ato fundamental do
Estado.” (1.° parágrafo)
Em seu contexto, o verbo destacado, na forma em que foi
empregado, indica uma ação
a) usual, reiterada, no passado.
b) habitual, regular.
c) feita no instante em que o enunciado é apresentado.
d) contínua, extensa, no presente.
e) pontual, corriqueira, ordinária e sem importância.
a resposta é b, mas eu queria saber porque não é a c?
Gramática ⇒ verbo
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Jun 2020
08
21:06
Re: verbo
haydenchars,
Dirigir-se as urnas é uma ação habitual dos cidadãos (por exemplo, acontece de 4 em 4 anos aqui no Brasil), não uma coisa que acontece especificamente no momento em que esse texto é narrado, entende?
Dirigir-se as urnas é uma ação habitual dos cidadãos (por exemplo, acontece de 4 em 4 anos aqui no Brasil), não uma coisa que acontece especificamente no momento em que esse texto é narrado, entende?
Dias de luta, dias de glória.