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Interpretação de texto

Enviado: Seg 16 Out, 2017 15:19
por juniorqq
Peixes na “rede”
Há, por vezes, textos legíveis nas redes sociais. Na rede sem fim de um Facebook, por exemplo, pode-se “pescar” uma ideia, um comentário, uma informação de alguma utilidade.
Como sou fã de cinema e das artes visuais em geral, agradou-me ler um dia uma matéria sobre Eduardo Coutinho (1933-2014) – um cineasta brasileiro dos grandes, sobretudo no gênero do documentário, que ele dominou e sobre o qual refletiu como um verdadeiro mestre. Aqui vai a referida matéria sobre ele, de algum autor cujo pseudônimo já não me lembro; matéria que guardei para me ajudar a nunca esquecer do grande Eduardo Coutinho:

Uma das coisas mais bonitas e importantes da arte do cineasta Eduardo Coutinho, mestre dos documentários, morto há poucos anos, está em sua recusa aos paradigmas que atropelam nossa visão de mundo. Em vez de classificar grupos, classes ou segmentos, ele vê de perto pessoa por pessoa, surpreendendo-a, surpreendendo-se, surpreendendo-nos. Não lhe dizem nada expressões coletivistas como “os moradores do Edifício”, “os sertanejos nordestinos”, os “peões de fábrica”: os famigerados “tipos sociais”, usualmente enquadrados por chavões, dão lugar ao desafio de tomar o depoimento vivo de quem ocupa aquela quitinete, de investigar a fisionomia desse operário que está falando, de repercutir as palavras e os silêncios do morador de um povoado da Paraíba.
Essa dimensão ética de discernimento e respeito pela condição singular do outro deveria ser o primeiro passo de toda política. Nem paternalismo, nem admiração prévia, nem sentimentalismo: Coutinho vê e ouve, sabendo ver e ouvir, para conhecer a história de cada um como um processo sensível e inacabado, não para ajustar ou comprovar conceitos.
Sua obsessão pela cena da vida é similar à que tem pela arte, o que torna quase impossível, para ele, separar uma da outra, opor personagem a pessoa, contrapor fato a perspectiva para o fato. Toda cena viva é também um jogo de representação. Fazendo dessa convicção um eixo coerente de sua trajetória, Coutinho viveu como um homem/artista crítico para quem já há arte encarnada no corpo e latente no espírito do outro: fixa na pessoa a câmera que pergunta querendo saber, abre os olhos e os ouvidos, mostra-a, mostra-se, mostra-nos.


Seria interessante que a TV aberta, a exemplo de alguns bons canais da TV paga, exibisse com alguma frequência os documentários de Eduardo Coutinho. Eles constituem, sobretudo em tempo de crise, um espelho privilegiado para que os brasileiros possam se ver numa imagem crítica, sensível e sem retoques.
(LINHARES, Adalberto, inédito)

Respeitando-se o contexto, traduz-se adequadamente e com correção o sentido de um segmento do texto em:

(A) Há, por vezes, textos legíveis nas redes sociais (1o parágrafo) // Encontra-se, amiúde, alguns textos enredados com alguma inteligibilidade.

(B) recusa aos paradigmas que atropelam nossa visão de mundo (2o parágrafo) // ruptura com as normas cujas vão ao encontro da nossa perspectiva mundial.

(C) Não lhe dizem nada expressões coletivistas (2o parágrafo) // em nada lhe convencem as figurações que nascem do coletivo.

(D)) usualmente enquadrados por chavões (2o parágrafo) // rotulados habitualmente por meio de clichês.

(E) para que os brasileiros possam se ver numa imagem crítica (5o parágrafo) // afim de que os brasileiros reconheçam-se numa imagem desfavorável.
Resposta

Resposta Letra D
A unica alternativa que eu consegui descarta é a letra E, as outras não consegui achar o erro...
Alguém poderia me explicar por favor?
Agradeço desde já!!!

Re: Interpretação de texto

Enviado: Qui 19 Out, 2017 10:06
por Brunoranery
Bom dia!

Erro da A: Por vezes significa de vez enquando, às vezes. Amiúde já significa com frequência, portanto, há uma enorme contradição.

Erro da B: visão de mundo: como vemos o mundo.
perspectiva mundial: perspectiva que as pessoas do mundo têm.

Erro da C: "lhe dizem" é bem diferente de "lhe convencem" no contexto empregado. Releia com os respectivos significados.

Como descartou a E, sobra a D como alternativa.