[tex3]\frac{b(a+b)}{a-b}[/tex3]
Olá, Comunidade!
Vocês devem ter notado que o site ficou um período fora do ar (do dia 26 até o dia 30 de maio de 2024).
Consegui recuperar tudo, e ainda fiz um UPGRADE no servidor! Agora estamos em um servidor dedicado no BRASIL!
Isso vai fazer com que o acesso fique mais rápido (espero )
Já arrumei os principais bugs que aparecem em uma atualização!
Mas, se você encontrar alguma coisa diferente, que não funciona direito, me envie uma MP avisando que eu arranjo um tempo pra arrumar!
Vamos crescer essa comunidade juntos
Grande abraço a todos,
Prof. Caju
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Ensino Fundamental ⇒ Trapézio isósceles Tópico resolvido
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Ago 2017
11
15:45
Trapézio isósceles
O gráfico abaixo mostra um trapézio isósceles e o lado [tex3]QR[/tex3]
[tex3]\frac{b(a+b)}{a-b}[/tex3]
mede [tex3]b[/tex3]
e o lado [tex3]PQ[/tex3]
mede [tex3]a[/tex3]
, calcular [tex3]LR[/tex3]
:Resposta
[tex3]\frac{b(a+b)}{a-b}[/tex3]
Editado pela última vez por caju em 04 Out 2017, 19:16, em um total de 1 vez.
Razão: Colocar spoiler na resposta.
Razão: Colocar spoiler na resposta.
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Out 2017
04
19:15
Re: Trapézio isósceles
como ABCD é circunscritível:
[tex3]BC + AD = AB + CD = 2x[/tex3]
traçando uma perpendicular a BC por C e encontrando essa reta com AD em M pode-se fazer o seguinte pitágoras:
[tex3]\(\frac{AD-BC}2\)^2 + (2r)^2 = x^2[/tex3]
de onde [tex3]AD- BC = 2\sqrt{x^2-4r^2}[/tex3]
logo [tex3]AD = x + \sqrt{x^2-4r^2}[/tex3] e [tex3]BC = x - \sqrt{x^2-4r^2} [/tex3]
da semelhança de RDQ e PQC: [tex3]RD = PC\frac b a[/tex3]
da semelhança de LAR com LBP:
[tex3]\frac{LR+a+b}{LR } = \frac{BC+PC}{AD - RD} [/tex3]
[tex3]1 + \frac {a+b} {LR} = \frac{x- \sqrt{x^2-4r^2} + PC}{x + \sqrt{x^2-4r^2} - PC\frac ba}[/tex3]
[tex3]\frac {a+b} {LR} = \frac{x- \sqrt{x^2-4r^2} + PC -x - \sqrt{x^2-4r^2} + PC\frac ba}{x + \sqrt{x^2-4r^2} - PC\frac ba}[/tex3]
a questão é calcular PC com os parâmetros fixos: x e r e os dados a e b...
minha única ideia é usar lei dos cossenos em PCQ, o ângulo QCP é fixo e dado por x e r, PQ = a e QC = x*a/(a+b) mas ainda assim haveria um baskara
seguindo essa ideia: [tex3]PC = \frac{a}{a+b}(\sqrt{x^2-4r^2} + \sqrt{(a+b)^2-4r^2})[/tex3]
achei que fosse ficar mais simples
[tex3]LR = \frac{(a+b)x+a\sqrt{x^2-4r^2} - b\sqrt{(a+b)^2-4r^2})}{\sqrt{(a+b)^2-4r^2}-\sqrt{x^2-4r^2}}[/tex3]
eu ignorei a relação que existe entre a e b.
dá pra tirar por trigonometria: sendo [tex3]\theta[/tex3] o ângulo da base maior do trapézio e [tex3]2\alpha[/tex3] o ângulo QPC
[tex3]PC = a \frac{\sin(\theta+2\alpha)}{\sin \theta}[/tex3]
e como (O centro do círculo) [tex3]PO\sin (\alpha) = r[/tex3] e [tex3]PO \cos (\alpha) = PC + \frac{x-\sqrt{x^2-4r^2}}2[/tex3]
dá pra determinar uma relação entre a e b.
[tex3]a(x+PC) = r^2 + (x-\sqrt{x^2-4r^2}+2PC)^2[/tex3]
[tex3]PC = \frac{a-4(x-\sqrt{x^2-4r^2}) + \sqrt{a^2+8a(x+\sqrt{x-4r^2}) - 16r^2}}8[/tex3]
juntando esta relação com a anterior pode-se determinar a relação entre a e b. Compensa ter a visão geométrica pelo jeito.
[tex3]BC + AD = AB + CD = 2x[/tex3]
traçando uma perpendicular a BC por C e encontrando essa reta com AD em M pode-se fazer o seguinte pitágoras:
[tex3]\(\frac{AD-BC}2\)^2 + (2r)^2 = x^2[/tex3]
de onde [tex3]AD- BC = 2\sqrt{x^2-4r^2}[/tex3]
logo [tex3]AD = x + \sqrt{x^2-4r^2}[/tex3] e [tex3]BC = x - \sqrt{x^2-4r^2} [/tex3]
da semelhança de RDQ e PQC: [tex3]RD = PC\frac b a[/tex3]
da semelhança de LAR com LBP:
[tex3]\frac{LR+a+b}{LR } = \frac{BC+PC}{AD - RD} [/tex3]
[tex3]1 + \frac {a+b} {LR} = \frac{x- \sqrt{x^2-4r^2} + PC}{x + \sqrt{x^2-4r^2} - PC\frac ba}[/tex3]
[tex3]\frac {a+b} {LR} = \frac{x- \sqrt{x^2-4r^2} + PC -x - \sqrt{x^2-4r^2} + PC\frac ba}{x + \sqrt{x^2-4r^2} - PC\frac ba}[/tex3]
a questão é calcular PC com os parâmetros fixos: x e r e os dados a e b...
minha única ideia é usar lei dos cossenos em PCQ, o ângulo QCP é fixo e dado por x e r, PQ = a e QC = x*a/(a+b) mas ainda assim haveria um baskara
seguindo essa ideia: [tex3]PC = \frac{a}{a+b}(\sqrt{x^2-4r^2} + \sqrt{(a+b)^2-4r^2})[/tex3]
achei que fosse ficar mais simples
[tex3]LR = \frac{(a+b)x+a\sqrt{x^2-4r^2} - b\sqrt{(a+b)^2-4r^2})}{\sqrt{(a+b)^2-4r^2}-\sqrt{x^2-4r^2}}[/tex3]
eu ignorei a relação que existe entre a e b.
dá pra tirar por trigonometria: sendo [tex3]\theta[/tex3] o ângulo da base maior do trapézio e [tex3]2\alpha[/tex3] o ângulo QPC
[tex3]PC = a \frac{\sin(\theta+2\alpha)}{\sin \theta}[/tex3]
e como (O centro do círculo) [tex3]PO\sin (\alpha) = r[/tex3] e [tex3]PO \cos (\alpha) = PC + \frac{x-\sqrt{x^2-4r^2}}2[/tex3]
dá pra determinar uma relação entre a e b.
[tex3]a(x+PC) = r^2 + (x-\sqrt{x^2-4r^2}+2PC)^2[/tex3]
[tex3]PC = \frac{a-4(x-\sqrt{x^2-4r^2}) + \sqrt{a^2+8a(x+\sqrt{x-4r^2}) - 16r^2}}8[/tex3]
juntando esta relação com a anterior pode-se determinar a relação entre a e b. Compensa ter a visão geométrica pelo jeito.
Editado pela última vez por Auto Excluído (ID:12031) em 05 Out 2017, 08:15, em um total de 8 vezes.
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Nov 2017
15
18:48
Re: Trapézio isósceles
Seja Z o encontro do prolongamento de AQ com o prolongamento de BC.
O problema é equivalente a provar que P é ponto médio de BZ.
O problema é equivalente a provar que P é ponto médio de BZ.
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Jan 2018
18
01:20
Re: Trapézio isósceles
Sejam [tex3]E,F,G, H[/tex3]
O pólo de [tex3]AQ[/tex3] é [tex3]KF \cap HE = S[/tex3] (encontro das tangentes por A e por Q). As polares de [tex3]B,Q,P,P_\infty,Z[/tex3] são [tex3]GH,KF,GK,GE,GS[/tex3] então provar que [tex3]P[/tex3] é o ponto médio de [tex3]BZ[/tex3] é equivalente à mostrar que a razão anarmônica [tex3](GH,GS;GK,GE) =-1[/tex3] (pois esta razão é invariante à inversões de círculo)
Faça uma inversão em relação a um círculo centrado em [tex3]S[/tex3] de forma que [tex3]E\leftrightarrow H ,F\leftrightarrow K ,G\leftrightarrow G'[/tex3] (este último o segundo encontro de [tex3]SG[/tex3] com o círculo original). Obviamente: [tex3](GE;HF) = -1 \implies (G'H;EK) =-1[/tex3] que é o que queríamos, logo [tex3]P[/tex3] é ponto médio de [tex3]BZ[/tex3] . E basta fazer uma semelhança de triângulos AQR e QPZ
os pontos em que o círculo toca [tex3]AD,DC,CB,BA[/tex3]
respectivamente. [tex3]K[/tex3]
o ponto de contato do círculo com [tex3]PQ[/tex3]
. Tratarei agora de pólos e polares, todos respectivos à inversão em relação ao círculo desenhado.O pólo de [tex3]AQ[/tex3] é [tex3]KF \cap HE = S[/tex3] (encontro das tangentes por A e por Q). As polares de [tex3]B,Q,P,P_\infty,Z[/tex3] são [tex3]GH,KF,GK,GE,GS[/tex3] então provar que [tex3]P[/tex3] é o ponto médio de [tex3]BZ[/tex3] é equivalente à mostrar que a razão anarmônica [tex3](GH,GS;GK,GE) =-1[/tex3] (pois esta razão é invariante à inversões de círculo)
Faça uma inversão em relação a um círculo centrado em [tex3]S[/tex3] de forma que [tex3]E\leftrightarrow H ,F\leftrightarrow K ,G\leftrightarrow G'[/tex3] (este último o segundo encontro de [tex3]SG[/tex3] com o círculo original). Obviamente: [tex3](GE;HF) = -1 \implies (G'H;EK) =-1[/tex3] que é o que queríamos, logo [tex3]P[/tex3] é ponto médio de [tex3]BZ[/tex3] . E basta fazer uma semelhança de triângulos AQR e QPZ
Editado pela última vez por Auto Excluído (ID:12031) em 18 Jan 2018, 03:07, em um total de 2 vezes.
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Jan 2018
18
02:48
Re: Trapézio isósceles
outra forma de fazer é usar um teorema que diz que todos os quadriláteros admitem uma transformação projetiva um no outro, o que significa que podemos resolver o problema do ponto médio considerando o trapézio como um quadrado, o que faria do problema trivial. Não fiz isso pois não lembro o nome deste teorema, nem que transformação leva esse trapézio num quadrado.
EDIT: o teorema fundamental da geometria projetiva
EDIT: o teorema fundamental da geometria projetiva
Editado pela última vez por Auto Excluído (ID:12031) em 18 Jan 2018, 02:58, em um total de 1 vez.
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Fev 2018
22
10:41
Re: Trapézio isósceles
A partir de hoje eu vou dar mais uma pausa no fórum então quero esclarecer aquela resposta que prova que P é o ponto médio de BZ:
A razão anarmônica, ou cross ratio do inglês é uma função que associa quatro pontos [tex3]A,B,C,D[/tex3] alinhados a um número especial [tex3](A,B;C,D)[/tex3] que depende da posição relativa entre esses quatro pontos. Esse número é importante pois ele é um invariante projetivo em vários sentidos: se pegarmos um ponto P aleatório do plano e ligarmos ele a [tex3]A,B,C,D[/tex3] pelas retas [tex3]a = PA,b=PB,c=PC,d=PD[/tex3] e deixarmos essas retas cruzarem outra reta aleatória nos pontos [tex3]A',B',C',D'[/tex3] então [tex3](A,B;C,D) = (A',B';C',D')[/tex3] . Por isso faz sentido falarmos em razão anarmônica de retas: [tex3](a,b;c,d)=k[/tex3] significa que pegando qualquer reta aleatória do plano deixando ela cortar as retas [tex3]a,b,c[/tex3] e [tex3]d[/tex3] em [tex3]A,B,C[/tex3] e [tex3]D[/tex3] teremos [tex3](A,B;C,D)=k[/tex3] . Podemos também estender essa definição para pontos na circunferência como feito no link acima. Mas no caso do problema só é necessário saber o seguinte: um quadrilátero cíclico [tex3]ABCD[/tex3] é dito harmônico quando [tex3]AB \cdot CD = BC \cdot AD[/tex3] . Pro exercício só precisa dessa definição e um teorema que vou passar depois, mas, caso queria, aqui tem mais informações sobre eles.
Essa razão anarmônica nunca pode valer [tex3]1[/tex3] ou [tex3]0[/tex3] se os pontos forem distintos. Portanto o valor mais interessante dela é quando ela vale [tex3]-1[/tex3] e neste caso dizemos que os pontos formam um conjunto harmônico, pois são conjugados harmônicos e a notação fica mais simples ao invés de [tex3](A,B;C,D) = -1[/tex3] escrevemos [tex3](AB;CD)[/tex3] ou [tex3]H(A,B;C,D)[/tex3] para indicar que [tex3]C[/tex3] e [tex3]D[/tex3] dividem o segmento [tex3]AB[/tex3] na razão harmônica.
Dito isso é fácil ver que dados [tex3]A[/tex3] e [tex3]B[/tex3] e se tomarmos [tex3]C[/tex3] como o ponto médio de [tex3]AB[/tex3] o ponto [tex3]D[/tex3] que divide com [tex3]C[/tex3] o segmento [tex3]AB[/tex3] harmonicamente não existe. Ele é degenerado. Mas pode-se ver que o limite de [tex3]D[/tex3] quando [tex3]C[/tex3] se aproxima do ponto médio de [tex3]AB[/tex3] é um ponto indo para o infinito da reta. Usando uma álgebra um pouco diferente do plano euclidiano normal vemos que isso não é um problema. Introduz-se um ponto impróprio no infinito [tex3]P_{\infty}[/tex3] comum a cada família de retas paralelas ou seja se [tex3]r[/tex3] e [tex3]s[/tex3] são paralelas elas se encontram em [tex3]P_{\infty}[/tex3] associado a todas as retas paralelas à [tex3]r[/tex3] e [tex3]s[/tex3] .
Portanto provar que [tex3]P[/tex3] era ponto médio de [tex3]BZ[/tex3] era equivalente a mostrar que [tex3](B,Z;P,P_{\infty}) =-1[/tex3] .
Quanto à inversão círculo ela consiste nessa transformação:
Dado um círculo [tex3]\Gamma[/tex3] de centro [tex3]O[/tex3] e raio [tex3]r[/tex3] a inversão com relação à [tex3]\Gamma[/tex3] leva o ponto [tex3]P[/tex3] qualquer (diferente de [tex3]O[/tex3] ) do plano no ponto [tex3]P'[/tex3] tal que [tex3]OPP'[/tex3] são alinhados e [tex3]OP \cdot OP' = r^2[/tex3] .
O importante dessa transformação na resolução do problema:
- Ela permite associar pontos (pólos) a retas (polares): dado o ponto [tex3]P[/tex3] a polar [tex3]p[/tex3] de [tex3]P[/tex3] é a reta passando por [tex3]P'[/tex3] e perpendicular à [tex3]OP[/tex3] .
- Um ponto [tex3]B[/tex3] está na polar do ponto [tex3]A[/tex3] [tex3]\iff[/tex3] [tex3]A[/tex3] está na polar de [tex3]B[/tex3] . teorema 6
- A polar é a reta que passa pelos pontos de tangência das tangentes traçadas pelo ponto [tex3]P[/tex3] em relação à [tex3]\Gamma[/tex3] . É fácil ver isso pois [tex3]PO[/tex3] é mediatriz dos pontos de tangência e ver que [tex3]PO \cap p = P'[/tex3] é uma semelhança simples de triângulos.
- Ela preserva a razão anarmônica dos pontos [tex3](A,B;C,D)[/tex3] .
- Quando um quadrilátero [tex3]ABCD[/tex3] é harmônico diz-se que [tex3](AB;CD)[/tex3] .
No problema em questão eu encontrei as polares dos pontos que interessavam: [tex3]B,P,P_{\infty}, Z[/tex3] e como [tex3](B',Z';P',P'_{\infty}) =
(b,z;p,p_{\infty})[/tex3] conclui que bastava olhar para [tex3](GH,GS;GK,GE)[/tex3] .
Note que as tangentes por [tex3]P_{\infty}[/tex3] são retas paralelas à [tex3]BP[/tex3] já que passam por [tex3]P_{\infty}[/tex3] sendo então os pontos [tex3]G[/tex3] e [tex3]E[/tex3] os da tangência e então [tex3]GE[/tex3] é polar de [tex3]P_{\infty}[/tex3] .
Note que o quadrilátero [tex3]EFGH[/tex3] é harmônico pois [tex3]EF \cdot GH = EG \cdot FH[/tex3] bem como [tex3]GEHF[/tex3] logo [tex3](GE;HF)[/tex3] isso implica que após a inversão do círculo centrado em [tex3]S[/tex3] (e de raio conveniente) que leva [tex3]E \leftrightarrow H[/tex3] e [tex3]F \leftrightarrow K[/tex3] o quadrilátero [tex3](G'H;EK)[/tex3] também é harmônico. E isso implica que [tex3](GS,GH;GE,GK)
= -1 = (GH,GS;GK,GE)[/tex3] página 16. Essa é a geometria projetiva.
A razão anarmônica, ou cross ratio do inglês é uma função que associa quatro pontos [tex3]A,B,C,D[/tex3] alinhados a um número especial [tex3](A,B;C,D)[/tex3] que depende da posição relativa entre esses quatro pontos. Esse número é importante pois ele é um invariante projetivo em vários sentidos: se pegarmos um ponto P aleatório do plano e ligarmos ele a [tex3]A,B,C,D[/tex3] pelas retas [tex3]a = PA,b=PB,c=PC,d=PD[/tex3] e deixarmos essas retas cruzarem outra reta aleatória nos pontos [tex3]A',B',C',D'[/tex3] então [tex3](A,B;C,D) = (A',B';C',D')[/tex3] . Por isso faz sentido falarmos em razão anarmônica de retas: [tex3](a,b;c,d)=k[/tex3] significa que pegando qualquer reta aleatória do plano deixando ela cortar as retas [tex3]a,b,c[/tex3] e [tex3]d[/tex3] em [tex3]A,B,C[/tex3] e [tex3]D[/tex3] teremos [tex3](A,B;C,D)=k[/tex3] . Podemos também estender essa definição para pontos na circunferência como feito no link acima. Mas no caso do problema só é necessário saber o seguinte: um quadrilátero cíclico [tex3]ABCD[/tex3] é dito harmônico quando [tex3]AB \cdot CD = BC \cdot AD[/tex3] . Pro exercício só precisa dessa definição e um teorema que vou passar depois, mas, caso queria, aqui tem mais informações sobre eles.
Essa razão anarmônica nunca pode valer [tex3]1[/tex3] ou [tex3]0[/tex3] se os pontos forem distintos. Portanto o valor mais interessante dela é quando ela vale [tex3]-1[/tex3] e neste caso dizemos que os pontos formam um conjunto harmônico, pois são conjugados harmônicos e a notação fica mais simples ao invés de [tex3](A,B;C,D) = -1[/tex3] escrevemos [tex3](AB;CD)[/tex3] ou [tex3]H(A,B;C,D)[/tex3] para indicar que [tex3]C[/tex3] e [tex3]D[/tex3] dividem o segmento [tex3]AB[/tex3] na razão harmônica.
Dito isso é fácil ver que dados [tex3]A[/tex3] e [tex3]B[/tex3] e se tomarmos [tex3]C[/tex3] como o ponto médio de [tex3]AB[/tex3] o ponto [tex3]D[/tex3] que divide com [tex3]C[/tex3] o segmento [tex3]AB[/tex3] harmonicamente não existe. Ele é degenerado. Mas pode-se ver que o limite de [tex3]D[/tex3] quando [tex3]C[/tex3] se aproxima do ponto médio de [tex3]AB[/tex3] é um ponto indo para o infinito da reta. Usando uma álgebra um pouco diferente do plano euclidiano normal vemos que isso não é um problema. Introduz-se um ponto impróprio no infinito [tex3]P_{\infty}[/tex3] comum a cada família de retas paralelas ou seja se [tex3]r[/tex3] e [tex3]s[/tex3] são paralelas elas se encontram em [tex3]P_{\infty}[/tex3] associado a todas as retas paralelas à [tex3]r[/tex3] e [tex3]s[/tex3] .
Portanto provar que [tex3]P[/tex3] era ponto médio de [tex3]BZ[/tex3] era equivalente a mostrar que [tex3](B,Z;P,P_{\infty}) =-1[/tex3] .
Quanto à inversão círculo ela consiste nessa transformação:
Dado um círculo [tex3]\Gamma[/tex3] de centro [tex3]O[/tex3] e raio [tex3]r[/tex3] a inversão com relação à [tex3]\Gamma[/tex3] leva o ponto [tex3]P[/tex3] qualquer (diferente de [tex3]O[/tex3] ) do plano no ponto [tex3]P'[/tex3] tal que [tex3]OPP'[/tex3] são alinhados e [tex3]OP \cdot OP' = r^2[/tex3] .
O importante dessa transformação na resolução do problema:
- Ela permite associar pontos (pólos) a retas (polares): dado o ponto [tex3]P[/tex3] a polar [tex3]p[/tex3] de [tex3]P[/tex3] é a reta passando por [tex3]P'[/tex3] e perpendicular à [tex3]OP[/tex3] .
- Um ponto [tex3]B[/tex3] está na polar do ponto [tex3]A[/tex3] [tex3]\iff[/tex3] [tex3]A[/tex3] está na polar de [tex3]B[/tex3] . teorema 6
- A polar é a reta que passa pelos pontos de tangência das tangentes traçadas pelo ponto [tex3]P[/tex3] em relação à [tex3]\Gamma[/tex3] . É fácil ver isso pois [tex3]PO[/tex3] é mediatriz dos pontos de tangência e ver que [tex3]PO \cap p = P'[/tex3] é uma semelhança simples de triângulos.
- Ela preserva a razão anarmônica dos pontos [tex3](A,B;C,D)[/tex3] .
- Quando um quadrilátero [tex3]ABCD[/tex3] é harmônico diz-se que [tex3](AB;CD)[/tex3] .
No problema em questão eu encontrei as polares dos pontos que interessavam: [tex3]B,P,P_{\infty}, Z[/tex3] e como [tex3](B',Z';P',P'_{\infty}) =
(b,z;p,p_{\infty})[/tex3] conclui que bastava olhar para [tex3](GH,GS;GK,GE)[/tex3] .
Note que as tangentes por [tex3]P_{\infty}[/tex3] são retas paralelas à [tex3]BP[/tex3] já que passam por [tex3]P_{\infty}[/tex3] sendo então os pontos [tex3]G[/tex3] e [tex3]E[/tex3] os da tangência e então [tex3]GE[/tex3] é polar de [tex3]P_{\infty}[/tex3] .
Note que o quadrilátero [tex3]EFGH[/tex3] é harmônico pois [tex3]EF \cdot GH = EG \cdot FH[/tex3] bem como [tex3]GEHF[/tex3] logo [tex3](GE;HF)[/tex3] isso implica que após a inversão do círculo centrado em [tex3]S[/tex3] (e de raio conveniente) que leva [tex3]E \leftrightarrow H[/tex3] e [tex3]F \leftrightarrow K[/tex3] o quadrilátero [tex3](G'H;EK)[/tex3] também é harmônico. E isso implica que [tex3](GS,GH;GE,GK)
= -1 = (GH,GS;GK,GE)[/tex3] página 16. Essa é a geometria projetiva.
Editado pela última vez por Auto Excluído (ID:12031) em 22 Fev 2018, 16:03, em um total de 4 vezes.
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Jun 2021
02
10:25
Re: Trapézio isósceles
Uma forma bem direta de se resolver este problema seria saber de antemão que os pontos L,R, Q e P formam uma quarteta harmônica.
Assim:
a+b+x/x=a/b
ax=ba+b.b+bx
ax - bx=b(a+b)
X=b(a+b)/(a-b)
Assim:
a+b+x/x=a/b
ax=ba+b.b+bx
ax - bx=b(a+b)
X=b(a+b)/(a-b)
Editado pela última vez por geobson em 02 Jun 2021, 10:46, em um total de 2 vezes.
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Out 2021
16
06:00
Re: Trapézio isósceles
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