Reino Monera, Vírus e Parasitologia ⇒ (NC-UFPR) Príon Tópico resolvido

[eivitordias]

A encefalopatia espongiforme (“doença da vaca louca” – mad cow disease) é causada por uma proteína modificada,
denominada príon. Os cientista descobriram que essa doença é causada por uma proteína ao observarem que:

a) todos os animais doentes morriam.
b) tratamento com antibióticos reduzia a infecção.
c) não era possível obter culturas de bactérias a partir de vacas doentes.
d) altas doses de radiação ultravioleta (UV) não impediam a infecção.

Resposta

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D

Alguém pode me explicar a relação da doença com a radiação UV?

[carlosaugusto]

Olá, eivitordias,

questão que exige um nível de assimilação que, em minha opinião, está fora das matérias cobradas para o ensino médio.

A molécula responsável por carrear essas informações codificadas do núcleo para o citoplasma é o ácido ribonucléico (RNA), e o produto final dessa cascata de eventos é a proteína. Um dogma da biologia moderna considera que o fluxo de informações biológicas deve, necessariamente, seguir essa seqüência de eventos. A única forma de vida conhecida capaz de subverter parcialmente esse sistema são os retrovírus (HIV, HTLV), que utilizam a enzima transcriptase reversa para sintetizar DNA a partir do RNA. Alguns raros RNA-vírus e viróides (vírus de plantas) utilizam apenas o RNA como sistema codificador, sem precisar do DNA para sintetizar proteínas. A hipótese príon ignorou o chamado "dogma central da biologia" por aceitar que partículas proteicas pudessem, diretamente, produzir moléstias (1) sem a participação aparente de qualquer ácido nucleico, seja DNA ou RNA.

1. afecções, doenças, enfermidades.

O especialista em radiação Tikvah Alper e o matemático John Stanley Griffith desenvolveram, na década de 1960, a hipótese de que as encefalopatias espongiformes transmissíveis (TSEs) são causadas por um agente infeccioso constituído unicamente por proteínas. Esta hipótese foi formulada para explicar a descoberta que o misterioso agente infeccioso, causador da scrapie e da doença de Creutzfeldt-Jakob, ser resistente à radiação ultravioleta (o UV causa dano direto ao DNA pela excitação de moléculas individuais do polímero de DNA, causando erro ao ser introduzido na seqüência de pares de bases).

Fontes: citação 1 e citação 2.

A citação 1, complementa a citação 2. Note, como as altas doses de radiação ultravioleta se mostraram ineficiente para barrar a infecção, os cientistas concluíram que o patógeno não carregava ácido nucleico (que são sensíveis a doses de UV), portanto, não poderia ser um vírus ou bactéria. Acredito que seja isso, o que você acha?

[eivitordias]

Opa, carlosaugusto
então, lendo as fontes que você citou, daria p/ matar a questão.. as duas primeiras alternativas são absurdas. Eu ficaria em dúvida entre as alternativas C e D, mas agora com os textos, a ideia fica bem mais simples. Parece que a radiação UV consegue alterar a estrutura apenas dos ácidos nucleicos (DNA e RNA), como o príon é formado apenas por aminoácidos, esses não sofrem nenhum tipo de alteração. Caso a doença fosse realizada por bactéria, seriam atingidas, uma vez que a célula procariótica apresenta o DNA ou RNA disperso em seu citoplasma.
Bom, acho que seria isso
Não me recordo de ter estudado esse conteúdo no ensino médio/pré-vestibular, mas agora, se cair novamente, matamos a questão
Obrigado pela ajuda!

[carlosaugusto]

Então, eivitordias, a melhor saída era resolver por eliminação mesmo, já que a questão era objetiva. Quando li pela primeira vez, achei que a intensidade de UV estava ligada a desnaturação de proteínas (o que geralmente é cobrado quando a questão coloca calor e proteína, inclusive cheguei a redigir uma resposta aqui sobre isso, porém é dito na alternativa que altas doses não impediam a infecção, ou seja, não tem relação nenhuma). Indico se você tiver interesse em prestar provas dessa banca para dar uma olhada no edital, para ver se está especificando algo sobre príons, que seja mais aprofundado.